Coluna #7 WOW PetCoaching: Líder da Matilha e Dominante

Houve um tempo em que acreditávamos que a Terra era plana.

Loucos eram quem dizia ao contrário. Redonda? Nem pensar!


E assim acreditamos que nossos cães precisam de líderes no sentido mais vulgar, ou melhor, equivocado do termo.


Quem entra primeiro na casa? Quem passa primeiro na porta?


O Dominante


Quem precisa ser colocado em seu devido lugar?


O Mito.


É preciso falar deles.


Não. Nós não temos culpa nenhuma sobre a criação de tal informação e nem de sua repercussão. Afinal, se eu acredito que os cães devem ser dominados e que os cães devem saber quem manda aqui, porque "quem é o dominante sou eu", veio de alguém que me disse que é assim que funciona.

Olha na TV o que dizem. Não é?!


Quando o estudo de lobos em cativeiro tornou-se público, o que tínhamos de ciência do comportamento animal era muito pouco comparado aos dias atuais.

E, entre as similaridades genéticas entre cães e lobos, hoje com proximidade totalmente questionável, arrastou a informação para o mundo deles, desconsiderando qualquer particularidade de sua evolução. Que, diga-se de passagem, tem o convívio humano como começo de conversa.


A forma como conhecemos os termos "Líder da matilha"  e "Dominante" não são baseados em estudos científicos.


São mitos que se sobressaem à ciência e que, como seres humanos, fazendo valer o nosso cérebro mais desenvolvido do que o de nenhuma outra espécie, devemos compreender melhor como essa relação com nossos cães pode ser mais clara.


Quando pensamos nos problemas de tirar ou diminuir a dominância, falamos de status, posições hierárquicas, algo que os cães não estruturam. O que são problemas de comportamento são generalizados para a Teoria da Dominância, que acabam com soluções punitivas, abusivas ou filosóficas "impor quem manda".


Mesmo que existisse tal teoria: qual interesse teria um cão em ser o dominante sobre nós? Sendo que nós controlamos TODOS os recursos que realmente importam a ele, incluindo nossa presença?


Foque na construção de uma linguagem comum, em recompensar o bom comportamento, redirecionar o mau comportamento, e trazer mais confiança a seu cão.

Confiança não vem com imposição, vem com construção e conquista. Vem com conexão.


O poder da ciência nada se compara ao nosso papel de compartilhar conhecimento. E isso sugere busca, sair da zona de conforto, discutir, repensar, pesquisar, agregar o novo e tirar o ego de verdades absolutas.

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