Coluna #9 WOW PetCoaching: Um pouco do Rio em nós


Andar, correr, passear. Os trajetos andarilhos são além de exploratórios e estimulantes para a mente e corpo, são contemplativos. Estes elementos isolados não parecem suficientes à prática prazerosa das andanças pela cidade.


Como Educadora Canina em São Paulo, encontro no discurso de meus clientes os empecilhos e dificuldades de conciliar a rotina apertada e exaustiva com o passeio diário essencial para seus cães. É quase como convencer alguém de experimentar algo bom, de fazer algo que só te trará benefícios.

Olha que lógico: seu cão precisa. Você também. Só fará bem. Simples?!


A gente sabe que não é tão fácil assim sair do ciclo vicioso da rotina, do sedentarismo ou até mesmo do mundo saudável, mas que anda restrito às academias e ambientes fechados.

É o perigo. É o tempo. É a pressa.


Mas e quando colocamos um Corcovado, um Cristo Redentor e um infinito mar? Ah, aí é vida. É rotina. É paraíso. É maravilha. Não importa o tempo, a pressa ou o perigo.

Os cães "cariocas" saem em grande vantagem dos que vivem na "Selva de Pedra". Os tutores aproveitam-se dessa necessidade canina para unir o útil ao agradável, a atividade física com a admiração. Deus parece deixar sinais mais claros e óbvios das suas obras primas, sem tantas interferências das obras humanas.


A natureza tem voz. Grita com ventos sutis. Cresce com curvas montanhosas. Mexe-se com o mar.

Com isso, a gente esquece, nem que seja um pouquinho, do que a sociedade cobra, do que o trabalho exige, do que a pressão dos dias nos traz. A gente lembra que a vida é um instante e que o contato com mais vida traz mais plenitude para o nosso dia.


O Rio tem suas inúmeras vantagens que não podemos negar, mas o Rio traz lições que devemos nos apegar. Esteja onde estiver: há sempre natureza presente, contemple. As maravilhas de Deus não pertencem a nenhum lugar com exclusividade (apesar de parecer que deu ala VIP aos cariocas). Brincadeiras a parte, a natureza está em tudo.


Por menos convencimento do que precisamos e mais contemplação do que já temos: viver, por si só, já bastaria.

A natureza tá dentro de casa, com o rabinho abanando, com o focinho molhado e com uma alegria inesgotável, esperando ansiosamente você notar que a vida lá fora é, além de tudo, vida. É essência. As naturezas precisam de um encontro marcado, diário. Existe o Rio em cada um de nós. Aprecie sem moderação.

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