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Homens, as Emoções e o Adestramento Positivo

De todo meu tempo de experiência no mercado, algo é latente: o sexo masculino tende a oferecer mais resistência na aceitação do trabalho metodológico positivo...

Por Carla Ruas dia em Blog

Homens, as Emoções e o Adestramento Positivo
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De todo meu tempo de experiência no mercado, algo é latente: o sexo masculino tende a oferecer mais resistência na aceitação do trabalho metodológico positivo, em que ausentamos a punição, as broncas, a imposição verbal e corporal, os “nãos” na relação com a educação, desmistificamos o papel da liderança opressora e trazemos o conceito científico da Psicologia Positiva no processo de Aprendizado.


Para mim, uma palavra resume o porquê de tal resistência: é contra-intuitivo.


Não sou homem para representá-los em essência, a mim cabe trazer minha perspectiva e experiência profissional em contato com os clientes que já atendi ao longo dos anos de atuação. Além de minha grande curiosidade no que se refere à comportamento, principalmente humano.


Claramente, também não é uma generalização, uma visão sobre a maioria não é uma visão sobre o todo. Eu tenho atendido cada vez mais casais, onde homens e mulheres se responsabilizam pelo seu papel educacional com seus cães e aderem ao treino positivo com maestria.

 
MAS há uma inegável resistência. Recebi varias mensagens de mulheres que disseram sofrer com a falta de adesão de seus parceiros afetivos, pais e até filhos do sexo oposto.

 
A masculinidade é construída numa redoma de conceitos sobre “coisas de homem”, formas de comprovação de virilidade, ausência da representação das emoções e, inclusive, banalização destas emoções, sendo visto como algo frágil e negativo (como se não fosse natural).

 
“Homem não chora”,

“isso é coisa de marica”,

“vira homem”,

“para de frescura”,

“Homem com H”,

“não seja um homem frouxo”

e por aí vai…

 
Frases ingênuas que empregam uma série de padrões tóxicos de supressão emocional, ou seja, de esconder as próprias dores e emoções. Estes homens (e sim, mulheres também!) crescem e validam seu desenvolvimento com base na afirmativa:

 
“Eu apanhei e aprendi!” e “Sou o que sou por todo sofrimento que vivi!”


Vamos sempre encontrar um caminho de validar nossas dores e replica-las, mesmo inconsciente.

Freud explica. Não que não sejamos exemplos bem sucedidos de quem passou por cima das próprias dores, mas este caminho das afirmações acima bloqueiam formas diferentes e mais empáticas de educar, por ser muito mais fácil e cômodo fazer aquilo que fizeram conosco.

Replicamos a educação que nos foi dada. Quem dirá com nossos cães.

 
E quem nos passa esse repertório masculino não são só nossos pais. São amigos da escola que apontam e falam “bichinha!”, são as meninas da classe que riem de uma postura mais vulnerável, são os tios e familiares que cochicham em nossos ouvidos e recomendam formas de ser e aparecer.

 
Todos nós, sem exceção de sexo, passamos por uma cultura que valida homens pela não demonstração de sua sensibilidade e mulheres por sua vulnerabilidade. Como se aspectos emocionais não fossem compartilhados pelo simples fato de sermos animais, em específico humanos. Científico, comprovado, porém questionado ainda sim.

 
Com base em toda opressão vivida, por mais silenciosa que tenha sido, ainda mais representativa com as caras de bravo e de desaprovação dos pais, somos oprimidos e naturalmente oprimimos.

Somos suprimidos e inibidos de representar sentimentos, logo passamos a não valorizar emoções e sentimentos alheios.

 
A não ser que…

 
Tenhamos autoconhecimento e maturidade suficientes para olhar para esses padrões e decidir fazer diferente, a construir uma história melhor para nossos semelhantes, com mais respeito às suas emoções e àquilo que é mais saudável psicologicamente e emocionalmente falando.

 


Mas olha como o buraco é mais embaixo: não se pode olhar para sua história e achar que o caminho é impedir tais seres de passarem por frustrações e estabelecimentos de limites. Entendam que ser positivo não é ser permissivo.

 
Agora imagine falarmos que quando os cães são punidos o que acontece, na verdade, é uma supressão das suas emoções, ele pode não reagir por medo e insegurança e não porque de fato aprendeu. Que toda punição gera efeitos colaterais, aumenta o medo e até a agressividade.

 
Imagine dizer que um cão não precisa de opressão para o aprendizado, pelo contrario, ele precisa de orientação. Que seus gritos e tom de voz alto não surte efeitos consistentes.

 
Não respeitaram o próprio processo dele. Ele não foi ensinado a valorizar tais aspectos, pelo contrario: foi ensinado a valorizar tantos outros correlacionados à punição.

A aderência à metodologia positiva de treinamento vai requisitar uma série de quebra de crenças e padrões.

 

Exige coragem para conflitar padrões e reestabelecer novas conexões. Tão admirável quanto desafiador.

 


“Os homens sofrem, mas sofrem calados e sozinhos”

Frase do documentário O Silencio dos Homens.

Não existe Guerra dos Sexos, nem polaridades. Existe conexão.

 
E o que todos os gêneros podem aprender é que as emoções importam, que compreender nossos caminhos emocionais nos faz mais inteligentes, que os animais tem SIM emoções (eles não possuem consciência e racionalidade sobre elas, aspecto evolutivo exclusivo da nossa humanidade).

SIM! Devemos olhar para um processo de aprendizado mais efetivo e isso significa mais respeitoso com o outro.

 
“Toda e qualquer expressão racional está baseada em emoções”

frase de Antonio Damasio, médico neurologista português e umas das figuras mais representativas no estudo da neurociência e o papel das emoções. Escritor do renomado livro “O Erro de Descartes”.

 
Sejamos todos compassivos, conflitos não geram conexão. Impor não é abrir possibilidades, é limitá-las.

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